segunda-feira, 2 de março de 2015

ELA


O tempo foi passando, e ela se perdeu. Não sabe pra onde vai, e nem de onde veio. De vez em quando solta faíscas luminosas do seu verdadeiro eu, como criança ao brincar livremente. Mas confusões perturbam a sua mente e coração – não se sabe onde se perdeu, ou em qual momento se encontrou na busca incessante dela mesma. Até que, numa fração de momento, ela olha para dentro de si. Tenta escutar a sua voz, silenciosamente murmurando em seus ouvidos, e nada. Procurou, gritou por si mesma. Nada. Colocou a mão sobre a nunca fria, abaixou a cabeça e chorou. Fechou os olhos molhados de lágrimas e ouviu o barulho do seu silêncio soprando sob as cores cintilantes do seu pensamento. E desmaiou, exausta. Quando despertou, já era dia. Tudo parecia meio diferente. As sensações ainda mais intensas sufocando o seu peito a se perguntar - Quem sou eu, e pra onde devo ir? Ela ainda se questionava demais sobre si mesmo. Colocou a mão no peito e sentiu seu coração batendo descompassadamente. Seu eu mudo não tinha como responder. De certo que você não é você. É outra que criou pra se adaptar a nova realidade. E ela não sabe o que fazer perdida nas suas escolhas. Ela só quer se reencontrar. Mas precisa fazer parte de si mesma. Mergulhar na sua grande imensidão. Sentir a força que vem de dentro do seu coração. Respire e sinta, abra o seu coração e escute os sinais relampejando no céu. Caminhe sobre os seus próprios passos, seguindo a luz da escuridão. Preste um pouco de atenção. Você ainda está aí? Então, acorde!



Texto: Lai Guedes

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