terça-feira, 18 de outubro de 2011

Nada quis dizer

Eu gosto de não entender o que você diz
Por ser tão bom escutar a sua voz
É bem verdade o que eu sinto por você
É bem maior e melhor do que apenas querer entender
Porque muitas coisas esquecemos de dizer
Tantas outras deixamos pra depois
O que eu disse foi do fundo, foi da alma, foi profundo

A vontade ainda está em mim
O querer, o dizer, por não entender
Passo então a não deixar pra depois
O hoje, o amanhã e o depois
A certeza do que vem de dentro
Só me faltou coragem

Então eu vivi
Percebi, sem entender bem
Que o que você tem pra me dar
É muito mais do que eu possa imaginar
Você é meu
Você sou eu

Nunca esqueça de tentar
E parar de querer entender
Há coisas que foram feitas pra se viver
Perceba que... tem algo de divino em sua alma
Nada quis dizer
Por isso o silêncio toma conta de mim
Por sentir tudo isso ainda aqui

Sem Chão 17

Que sensação
Hoje escolhi ser feliz
Gritar, cantar, um silêncio que é somente meu
Essa minha vontade de viver
Brincar, sorrir, ligar e nada dizer
Pois tudo já está dito por dizer
Em um segundo que se foi, o instante já é outro
Com o passar do tempo percebemos os erros, os defeitos
E as sensações vão se renovando, se recriando

Que emoção
Hoje escolhi sorrir
Olhar pra você e dizer como estou feliz
Recuperei o brilho dos meus olhos apagados
A tristeza fez morada por uns poucos dias
Mas renovei o meu ser
Conseguir levantar, seguir em frente
Mesmo sem ter por onde caminhar
Sem chão, sem ar, sem fôlego para continuar

Que explosão
Toda essa minha vontade quer sair
Você já se sentiu assim?
Explodindo por dentro, ardendo em amor
Entenda, não sou tão frágil assim
Há um brilho em mim que quer reacender
Um novo impulso, de volta a guerra
Essa batalha que era somente minha, contra mim mesma

Eu sei que está será a minha última chance
Resolvi então acender a luz e caminhar
Inteira por dentro estou, explodiu
Na certeza que a vida muda a cada passagem
Os trilhos voltaram a reluzir
Consigo enxergar tantas coisas
Como fui boba, tola
Nem lembro mais quando eu pedir o meu eu, o meu sorriso, o meu viver

A minha memória está refeita
Sim, precisei chegar onde cheguei
Não consigo parar de olhar para mim mesma
Sim, precisei perder todo o meu controle
Ir à beira da loucura até me reencontrar

Sabe, algumas vezes precisamos ficar Sem Chão mesmo
Até então, perceber que não precisamos do chão para caminhar
Nosso caminho é a vida
Nosso caminho somos nós mesmo
As nossas escolhas, opções, desvios, negações, verdades, a nossa batalha

Por nós, em nós, caminhando sobre pontes que criamos
Sobre estradas nossas... seja mar, rio, lagoa, ar
Sobre caminhos nossos... seja chão ou sei lá
Não preciso de Chão, pois eu sou o meu próprio caminho
Sou eu o meu mar, meu ar, o meu chão a trilhar
Desde então, Sou eu outra sendo eu mesma

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sem Chão 16


De uns tempos pra cá, parou
Tudo secou, por dentro, por fora
A chuva parou, rachou
E a secura era tamanha que a gota secava antes mesmo de tocar o rosto
Era estranho
Extremamente, estranhamente
Era estranho
É como se sentir só dentro de uma multidão
Os dias foram se passando e eu me tornei parte da seca
Seca
Extremamente, estranhamente
Seca
Eu seca, por dentro, por fora

Desacreditei, pedir as esperanças
A ferida era ardida, profunda, sem tamanho
Dor forte
Extremamente, estranhamente
Dor forte
Toquei no fundo
Tive que chegar onde nunca imaginei chegar
Toquei no fundo
Tive que passar por onde nunca imaginei passar

Dias escuros,
Noites solitárias,
Eramos só eu e as lágrimas
Escorria a saudade
Eu não sabia lidar, e até hoje me emociono ao lembrar
Você foi embora
Sem chance de te ver novamente
Morreu nos meus braços
Será que lembra?
Faleceu em mim, em nós
Você se foi sem avisar
Sem chance de te ter novamente
Será que lembra que nós deixou?
Ou tudo termina assim mesmo
Na noite em que abri meus olhos
Você já não estava mais ao meu lado

De uns tempo pra cá,
Cai num penhasco profundo pra te encontrar
Cai
Extremamente, estranhamente
Cai num vale sem fim
Até quando viverei assim, caindo, despencando
Nos erros, nas escolhas errantes, tropeço
No desespero, na confusão, tropeço
Neste momento estou caindo lentamente para dentro de mim

Existirá um reencontro?
Essas perguntas sem respostas
Minhas dúvidas, incertezas
Esse caminho sem chão
Esse chão que não forma
Minha esperança está sumindo
Os sentidos sem sentido, sem direção, sem rumo
Estou ficando assim, sem ter aonde ir
Sem chão
Extremamente, estranhamente
Sem chão

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sem Chão 15

Os pedaços de mim, caindo, se perdendo
E a minha alegria se partindo, se esquecendo
Vivo assim, apreensiva, com medo do que virá
Um formigamento descontrolável
Minha lágrima está escorrendo
E não há mais nada que possa fazer

Ando meio assim, desmotivada, sem acreditar
Sonhos que não posso realizar
Desejos que tenho que abster
Essa alegria confusa do amor
Que vontade eu tenho de você

Esse lugar tão restrito, sem esquina nem porta de saída
Há um rio de águas em mim, transbordando
Perdidamente perdida, nem sei mais quem sou e o que quero
Eu sei, às vezes eu tento fugir pra dentro de mim
Eu não queria tudo, mas o nada é tão pouco

Eu sei, qualquer dia desses eu deixo de sorrir
Mas abandonar a mim é viver morrendo
Meu chão está mais longe do que perto, eu sei
Estou sem mim, sem sorriso, sem chão

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sem Chão 14

Meus olhos podem parecer calmos
Meu sorriso sereno e tranquilo
Mas há um turbilhão em mim
Que agita a minha alma sensível

Já nem sei mais o que dizer
Como são esses dias sem você
Já tentei mais não consigo
Como esquecer o que sou quando estou com você

Mas do que adiantaria dizer que eu te amo
Pra você eu sempre serei uma menina
Inconsequente, impulsiva e imatura

Nunca tinha previsto que um dia perderia você
Tão forte e cheio de vida
Tenho apenas a certeza de quem você é
Em mim, você é a verdade dos meus textos
Das palavras que deixei de dizer
Dos meus dizeres em versos curtos, simples assim como eu e você
De tudo que deixei por deixar, passar e se foi

Acredite que eu tentei
Lutei para manter todas as minhas promessas
Mas você me empurrava para um abismo de mágoas, decepções
Em outra chance, eu faria você ficar
Consegue se ver por aqui
Você é aquele que foi embora
Mas eu não deixei ir, você foi morrendo aos poucos
E quando dei por mim já não estava mais ali

Prefiro assim, sofrer do que não viver

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sem Chão 13


Olho pro céu
Acima os pássaros conseguem voar
Respiro o meu próprio eu
A força que há em mim
É bem maior do que eu possa imaginar
Às vezes eu caminho
Paro e vejo acontecer
Me vem o silêncio
A vontade de viver
E o meu ser me alimenta
No canto dos pássaros
Me vem a certeza
Hoje eu sei mais do que saberia um dia
Eu não preciso de mais nada
Se eu sempre tive tudo
Mas não conseguia enxergar
Por querer entender um pouco mais
Mas se hoje estou bem comigo mesma
Pouco importa se eu estiver sem chão
Pois, do que vale o chão, se eu tenho o ar
Sem chão eu posso está
Pois, do que vale o chão, se eu posso voar
Sem chão eu posso caminhar
Pois, do que vale o amor, se eu não consigo amar

Sem Chão 12


Inclinada pronta pra deitar
De costas para o passado
Atrás de mim um vazio, vento frio
Vou me jogar, de costas para o que já se foi
Estou despencado do último andar
E sinto o vazio, o frio
Me sinto tão solitária
Sem você, sem chão
Vou me jogar no vazio negro da solidão
Pra ver o sol nascer mais uma vez
E o seu sorriso trazer de volta o que deixei passar
Entendo quase nada
Apenas vejo tudo passar, acontecer, desmanchar
Andei sem você esse tempo todo
Caminhei sem saber onde chegar
Me perdi e me encontrei
Esse vento que me faz balançar
Nas montanhas geladas
No topo, aonde irei te encontrar?
Hoje eu sei
Dentro de mim está
Tudo o que preciso para caminhar
Essa liberdade de está comigo
Hoje eu sei
Tudo que preciso já tenho em mim
Chegou a hora
Vou me jogar
Sem chão, apenas o ar

Dá pra sair

Dá licença ai
Sai de mim
Da minha vida
Dos meus sonhos
Dos meus planos
Pensamentos, decisões, confusões

Dá licença
Dá pra sair
Sai de mim
Dá licença
Sai e vai pra lá

Distante, bem distante
Dá pra sair, por favor
Já enjoei de você
No momento quero viver de mim
Dá licença, prefiro a mim do que você
Dá pra sair?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sem Chão 11

Vá devagar
Você já me viu chorar
E isso é parte da minha alma que quer falar
O que há dentro de mim demora um certo tempo
Não faça tantas perguntas
As respostas estão onde não está acostumado a olhar

Mas não se esqueça
Você me faz sentir melhor
Respirar como há muito tempo não fazia
Me deu a certeza de que hoje eu sei
O melhor de mim é seu
Porque eu sou o que você me faz ser

Vá com calma
Um dia o que está dentro será seu
Aproveite o pouco que compartilho
O pedaço raro de uma alma que quer tanto amar
Como nunca amei um mar assim
Sinta o meu silêncio, o meu olhar, o meu sorriso

Aprenda a sentir o meu cheiro
A tocar a minha pele sem pressa
A respirar o meu ar
Seja pra sempre meu mar
Esqueça o que é terreno
Ame a minha alma
Reconheça-a
Pois eu já me sinto tão sua

Vá sem pressa
Com o tempo chegará aonde ninguém chegou
Despertar emoções que teimo em esconder
Me ensine a dizer o quanto eu te amo
Que eu farei de você o meu chão, o meu Mar

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sem Chão 10

Como olhar pra trás e não lembra de você
Essa saudade parece que vai me matar
Eu só penso em você

Olhe bem para mim
Não consegue ver?
Eu sou louca por você
Não estou ao seu lado
Mas não deixo de pensar em você um só segundo

Você não sai da minha mente
O que estou fazendo?
Mentindo para mim mesma
Estou vivendo com você eternamente em mim
Não importa quantos existirão
Meu alguém sempre será você
Porque é seu meu coração

Você me ensinou tantas coisas
E eu não soube compreender
Esperar o certo chegar
Agora estou desesperada
Não sei mais o que fazer
Não consigo tirar você de dentro de mim

Estou com medo
Com medo de te perder
Estou com medo
Com medo de olhar pra trás
Estou com medo
Com medo de me arrepender

Olhe bem para mim
Não consegue ver?
Eu sou louca por você
Gostaria de está ao seu lado

A vida em vão se foi
Se abriu, partiu, aonde estou?
O que estou fazendo comigo mesma
Assim sem você perto de mim
Você é minha vida, você é meu chão

Mas agora eu não tenho mais como voltar
Eu sou a única que sabe te amar
O que eu vou fazer agora sem você
Nada tem sentido
Não estou conseguindo
Eu só penso em você
Sonho com você

Eu mergulho
Mergulho porque estou sem você
Porque não estamos juntos?
Eu mergulho
Mergulho porque estou sem chão

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sem Chão 09

Olhe no profundo do que posso ser
Escute o meu silêncio
Grite sem dizer nada
Não consegue compreender
Eu sou o melhor de você

Eu imploro, choro sem ver
Só de pensar me faz enlouquecer
Esse olhar caído que me diz tantas verdades
Mesmo que a raiva venha
Não sei mais se consigo esconder
O que vai dentro de mim
É tão são quanto meu

Sinto-me estranho só de pensar
Nessa imensidão diante de nós
A pedra que me apóia
É trampolim do abismo
Pois diferente de está só
É sentir a solidão

Preciso do ar para voar
De um lugar infinito
Irei me jogar de olhos abertos
Mesmo sem asas eu consigo voar
Pois para eu me entregar
Preciso que tudo esteja assim, sem chão

Sem Chão 08

Estou sem nós
Sem a voz
Sem o calor
Sem o cheiro
Vamos pular juntos
Antes que o dia passe escuro
E a lembrança aperte no peito

Essa dor faz doer a minha alma
Que chora, mas não lamenta jamais
E, eu digo o que senti
Foi quase um oceano em mim
Revolto e tranquilo
Me fez balançar, suar, flutuar

Mas hoje não preciso de mais nada
Pois em você encontrei até mesmo o que não procurava
Mas eu necessito sempre mais e mais
E agora eu tenho certeza
Você é meu tudo, e além do mais, é mais do mais

Sem chão não fico nunca
Pois eu tenho meu mar
Sem chão, meu chão é meu ar
Sem chão, meu chão é meu céu
Sem chão, meu chão é meu lugar
Sem chão, não, estou com meu mar



sábado, 16 de abril de 2011

Sem Chão 07

Você quer voltar para um lugar
Onde não há mais ninguém
Onde não mais nada
Apenas o vazio

Isso não te serve mais
É um tolo apego emocional, ocasional
Mas de tempos em tempos
O que vem e dá e passa
Já é hora de se livrar
O que brilha e ilumina e esclarece
Pois nada aqui mais te serve

Nem mesmo essa dor
O que prende e apega e rasga
Que já foi e já passou
Descarte sem piedade, sem dó, sem culpas
Pois em meio a solidão, o que realmente importa?

Tudo pode parecer escuro
Mas se tornará claro
Sinta o natural das luas cheias
Compreenda, entenda, desamarre
Olhe para seus pés
Deixe-os assim, livres, soltos
Nesse vazio que te dá, deixe-os assim
Não tão somente feitos para andar
Mas também libertos para tocar o céu
Nesse vazio de luar sem chão, deixe-os voar

sábado, 9 de abril de 2011

Faíscas

Você me conhece tão pouco. Ao ponto de não chegar nem na metade de mim. Mas não se preocupe, ainda terá que repetir o seu viver muitas vezes. E ainda assim, não irá me conhecer por completo.

...

Esperei, esperei. Passaram-se os minutos, as horas, os dias, os meses, os anos. O desejo passou, e eu adormeci.

...

O processo é tão natural, que independente da minha vontade. As palavras me vem, e enquanto eu não escrevo a agonia não passa. A vontade, a inquietude, a agonia... desejam ser expostas. Então eu escrevo... meio inconsciente, eu escrevo porque apenas escrevo. É como se houvesse algo maior do que eu, mais forte, algo desconhecido que me faz escrever e escrever. E alivia, mas logo depois volta a agonia, a inquietude, e daí então, escrevo coisas e coisas e mais coisas. Tais coisas que são meramente sensações. Sinto-me inteira ao escrever. Apesar de muitas vezes escrever descontroladamente. Outrora, escrevo apenas uma palavra. Mas a minha tristeza maior é quando não consigo escrever nada. Essa morte das palavras é como um vazio, me deixa sem vida. Mas ainda estou esvaziando palavras que me completam, na esperança que algum dia alguém consiga me ler por inteira. Serei eu descoberta nesta vida?

...

No dia em que não conseguir escrever mais nada. Acredite, eu morri!

Sem Chão 06

Olhe no profundo do que posso ser
Escute o meu silêncio
Grite sem dizer nada
Não consegue compreender
Eu sou o melhor de você

Eu imploro, choro sem ver
Só de pensar me faz enlouquecer
Esse olhar caído que me diz tantas verdades
Mesmo que a raiva venha
Não sei mais se consigo esconder
O que vai dentro de mim
É tão seu quanto meu

Sinto-me estranho só de pensar
Nessa imensidão diante de nós
A pedra que me apóia
É trampolim do abismo
Pois diferente de está só
É sentir a solidão

Preciso do ar para voar
De um lugar infinito
Irei me jogar de olhos abertos
Mesmo sem asas eu consigo voar
Pois para eu me entregar
Preciso que tudo esteja assim, sem chão

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sem Chão 05

O que o torna tão meu
Se nunca tive nada seu
O diferente seria se eu fosse única
Mas essa loucura nos cega
Nos faz diferente do que somos

Eu já nem sei mais o que sou
Somente se você for diferente
Muito cedo é tarde demais
No mais, irei deixar de te olhar
Me deixe dormir agora
O meu olhar está caído
Cansado de olhar e não te encontrar
Nos perdemos antes mesmo de nos ter

Agora que irá me censurar
Eu perco a razão por te amar
Essa loucura que é paixão
Essa nossa loucura de ir e vim
Essa loucura, ah essa loucura sem razão

Será que não percebe?
Estou cada vez mais distante
E isso me desespera
Vivo sem controle, sem razão, sem tua mão

Confesso, sou impulsiva por amar sem pensar
Nem sei de onde vem essa força que me empurra
Mas hoje não irei abaixar a cabeça
Corro o risco de ver tudo sem chão

Sem Chão 04

Por quantas vezes
Eu me sentir correr sozinha
Só por não te ver sorrindo
Me afastei na sua distância
Sem intenção, sem pretensão, uma mágoa

Por quantas vezes
Você me fez partir
Só por não conseguir me ver
Por orgulho, partiu e seguiu
Sem mim, sem nós, num fim

Por quantas vezes
Meus dedos percorreram os traços do seu rosto
Desenhos de uma imagem que criei
Meus olhos não te reconhece
Mas o teu cheiro, eu nunca esqueci
Aroma que completa tudo o que faltava
Todo o meu vazio, todo o meu ser, todo o meu viver

Por quantas vezes irei lembrar
Dos risos mais sinceros
A cama vazia
A falta que me dava
O suor do teu corpo junto ao meu
O seu lugar, o meu lugar, em nós existirá

Por quantas vezes irá se esconder
Saia desse canto escuro
O que te faz ser tão retraído
Do teu lado esquerdo há uma porta
Abra, e deixe-me entrar
Sem medos, sem defesas, permita-se

Por quantas vezes abri os braços
E me lancei ao ar
Sensação do vazio frio
Sem destino, sem pensar, sem certezas do que virá

Por quantas vezes pensei em voltar
Refazer, recomeçar
Construir, desconstruir
Resgatar... não entenderei
Mas confesso sentir algo a mais
O amar já é contraditório no meu gostar

Estou desesperada
Como viverei sem ter você
Se já mergulhei sem o teu abraço
Só me restou o vazio no peito
Entre soluçar quase nem sinto as lágrimas gélitas me tocarem
Não enxergo nada, estou tonta
Eu apenas mais uma, mais uma sem chão

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sem Chão 03

Das últimas vezes em que te vi
Dormi mal
Não me recordo de ter acordado
Nem mesmo se dormir por um instante

Meus olhos não se fecham jamais
Estranhamente senti não fazer mais parte dali
Eu, deitada ao seu lado
Não, nunca foi o meu lugar

E eu perdida diante de um tudo
Onde eu só queria voar
Mas me faltou o ar
Me faltou o mar
Me faltou a coragem de pular

Se o que me falta me vem agora
Um simples despertar
Em um breve olhar
Tua alma desnuda
Transparente, translúcida
Como alguém fora, fora do ar
Sem nota, sem tom, sem som, sem chão

Sem Chão 02

Desejo que a minha luz se mantenha acesa
Pois nessa escuridão já não caminho direito
E ao cair terei a certeza da falta que me faz
De uma mão que nunca foi estendida
Pois de mão dadas nunca caminhamos

Essa sua mão mal resolvida
Essa sua mão recolhida
Se perdeu ao tentar encontrar a minha
Que tanto queria, que tanto me retraia

Deixe-me só com a minha solidão
Ainda está claro
E sinto o vento tocar a minha alma
Neste instante, sinto a leveza do meu ser
O alívio do ardor me faz crescer

Mas triste do que isso seria
Se eu não tivesse palavras
Pois sinto que te perdi antes mesmo de encontrar
Meu coração dói ao dizer isso
Mas tenho que aceitar que o fim chegou
Ou talvez o começo nunca tenha chegado
Mas sabe, a loucura me fascina

Não é rua sem saída
Não é estrada
Não é caminho
Até porque eu já nem sei mais que nome tem isso
Pois tudo que construiu foi assim, meio sem chão

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sem Chão 01


Tudo anda assim meio confuso
Talvez eu tenha tudo
Talvez eu não tenha nada
Mas antes que eu esqueça, segure-me

Tudo surge assim meio absurdo
Talvez eu seja a solidão
Talvez eu não seja mais alguém
Mas antes que desapareça, segure-me

Tudo parece assim meio virado
Talvez eu pense em ficar só
Talvez eu não pense em mais nada
Mas antes que eu vá embora, segure-me

Sinta, sinta, sinta as lágrimas queimarem
Segure a minha mão agora
Segure-me nos degraus
Segure-me, eu vou errar

Não, não, não me deixe assim
Segure a minha queda agora
Segure-me nos sonhos
Segure-me, eu vou desvanecer

Porque tudo perambula na minha mão
E meus pés talvez não saibam mais a direção
Do ar, do mar
Do céu, do véu
Do sopro, do todo
Do que não há em qualquer lugar

Nesta vida em que poucos estão vivos
E muitos mortos ainda sobrevivem
Faça eu me sentir viva, única, segura
Então, me dê a sua mão
Então me dê a sua mão
Segure-me antes que eu fique assim, sem chão

sábado, 12 de março de 2011

Já é tarde

De muitas metades se faz um eu

Metades que calam

Metades que falam

Metades das metades que criamos com o passar do tempo

Metades esquecidas

Outras um tanto quanto lembradas

Metades das metades que fingimos não ter

Metades que choram

E outras que se alegram de ser metades

Confesso ter metades que sufocam outras metades minhas

Metades que ardem

Metades, suas metades

Metades de outro alguém que me deixou metades

Metades que ferem

Metades que curam

Metades das metades que fui

Metades que fui buscar num lugar em que não fui metades

Metades que sonham

Bocejos e bocejos

De metades em metades

Já outras desejam ser mais que metades

Mas de fato, metades serão pra sempre metades

Se assim só será, metades

De inteiro nunca viverá

Nem mesmo a metade de um inteiro

Que dirás um inteiro de uma metade

De fato, ficaria o dia inteiro escrevendo sobre metades

Mas se a metade do tempo eu já não tenho

Deixarei então mais um texto pela metade

O Fazer

Me intriga o fato de saber que alguém volta e meia prepara o terreno para que o outro possa cultivar.
Será que pensa que encontrará um terreno já pronto de outro alguém que preparou antes dele chegar?
Será isso um ciclo, meio vicioso?
O que me parece estranho e constrangedor, é saber que todos nós meio inconscientemente fazemos isso, ou já fizemos, ou iremos fazer.
Todos fazem, e senão fizeram ainda, vai fazer.
É como errar... e continuar a fazer.
De minha parte fico até um pouco sem graça em perguntar: Será que não deveríamos ser mais egoísta?
Egoísta no certo ponto de cultivar o terreno que nós mesmo preparamos.
Acho meio estranho, sinceramente, acredito até ser um pouco babaca e tolo de pensar.
Mas, é como forrar a cama pro outro deitar.
E isso me põe a pensar... me desculpe, mas é como:
Vestir a roupa na sua mulher e dizer: Vá lá, agora você é de outro alguém.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

ELA VAI DE SAIA


Não há nada de sexo frágil.
Há um mistério surpreendente que vem de dentro pra fora.
Muito mais complicado, porém bem mais divertido.
E nesse universo vou me perdendo e me encontrando.
Enxergando muito de poucos e poucos de muitos.
É como caminhar na sombra e na luz.
É o necessitar de alguém com a certeza de que precisamos apenas de nós mesmas.
É um querer mais na certeza de que temos tudo.
É uma simplicidade complexa que não se explica, não se entende, mas é quase sempre apaixonante!
É um ser, um ser Mulher...
Amar e Desejar.
É preciso ir e vim.
E muito mais, bem mais.
Entender pouco do muito que há em nós.
Pois, pouco importa se esqueceram de nos dá amor.
Lágrimas de cristais.
É um vem e vai.
Ela vai, ela vai de um canto a outro encanto.
E eu vou... vou seguindo atrás!