quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Eu Sou, um Sou


Minha pele é branca e alva
Mas meu sangue espiritual é negro
Não posso negar minhas raízes, meus ancestrais
A negritude grita dentro de mim
Minhas amarras se desfez
A minha cor é apenas um disfarce
Esse calor, essa energia, esse balanço que dá
A negritude grita dentro de mim
Não adianta lutar contra
Algumas pessoas irão pensar que sou uma farsa
Mas, não há mais dúvida de quem eu sou
Esse elo existe há tempos atrás
Não adianta brigar, fugir do que realmente sou
Minha pele branca transpira o suor negro
Cada pingo derramado marca a minha chegada
Eu sou a marca de toda uma história
Está sou eu
Eu Branca, eu Negra
Branca por fora
Negra por dentro
Eu sou, um sou
Batuque que soou
Está sou eu
Uma negra de pele branca
Eu sou, um sou
Batuque que soou
Bateu, bateu e revelou
Eu sou, um sou
Batuque que soou, eu sou

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O dia sempre vem

A consciência é tudo.
A partir dela tudo se torna realidade.
Algumas coisas tomam formas diferentes.
Outras se reconstrói.
A verdade é que sinto que não irei aguentar por muito tempo.
Noutras me sinto tão fortalecido pra seguir em frente.
A minha consciência já entrou em estado de alerta.
Tudo está se materializando.
Estou lentamente voltando ao mundo real.

Talvez eu tenha que aprender a viver comigo mesmo.
Conhecer caminhos em mim.
Andar por onde nunca andei.
Construir minha própria cabana.
Preparar a lona antes que a tempestade chegue.
Saber o que me dói e o que me causa dor.
Escutar a felicidade.
Despertar sentimentos e emoções.
Dançar sozinho na chuva.
Esperar por alguém a vida toda.

É preciso fazer coisas diferentes.
É preciso agir diferente.
Viver o velho do novo, o novo do velho.
Ascender a chama de um pavio curto.
Sem dependências físicas ou morais.
Sem depender de algo ou alguém.
Chorar, chorar e chorar.
Sem medos, sem julgamentos, sem preconceitos.
Saber perdoar a si mesmo.
Mudar, entender e desentender.
Sentir o que vem de dentro.
Colocar a mão no peito e escutar.
Parar por um instante e sorrir.
Apenas sorrir, sem motivos.
Pois o que vale conseguirmos amar a si próprio.

Minha quietude se confundi com a tristeza.
Mas a realidade é que se tornou real.
A certeza do que vem.
E vem vindo.
O dia sempre vem, e vem vindo.
A alegria de um dia sim e um dia não.
Vem e vem vindo.
Consigo escutar os passos.
Anoiteceu, o dia sempre vem.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sim ou não

Caminhei a pensar
O quanto poderíamos ter sido muito felizes
Sim ou não
Eu e você
Não e sim
Você e eu
Mesmo que por muitas vezes
Eu fosse apenas eu
E você apenas você
Confesso que era raro os momentos em que erámos somente nós
Talvez esse nós nunca tenha existido

Eu te perdi
Você me perdeu
Eu te perdi com medo de ser feliz
Você me perdeu por não perdoar essa minha perda
Não somos mais parte do mesmo sonho

Então, fiquemos assim
Você ai
E eu aqui
Cada um na sua
Eu sou eu
E você é você
Vamos esquecer o que passou
E seguir com essa ausência de nós
Eu aqui
E você ai

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sei, serei

Eu sei que eu não sei
Quase nada do que sei
Mas do que valeria lembrar?
Se o momento é outro
As lições são outras
Seriam então outras pessoas?
O meu consolo é sentir que as emoções são as mesma
Por um segundo sinto a lembrar-me do muito que sei
E volto a acordar
E nas profundezas do meu ser
Só me resta sensações
Lembranças que já se foram

Mas eu sei sim
Aliás, talvez saberia
Mas hoje não sei
Como saber então
Sentirei a falta que aperta
A ausência que me afasta
Ah, demorarei mil anos
E outras muitas vidas
Para somente de longe te observar
O que sei, talvez eu nem sei

Adorações

Por quantas vezes nos sentimos assim
Perdidos pelo pouco entendimento
Confusão essa que me atormenta
Nos ares ei de cantar
Luminosos hinos de louvores
São adorações ao meu pai

Por quantas vezes ei de ser testado
A minha fé, fidelidade e amor
Tenho a mim e ao meu senhor
No passado que deixei passar
A estrada é cercada
Não tem lados, nem escada
Mas ei de chegar lá
Pois sei levantar
De olhar erguido, seguirei
Sem pestanejar
Nem duvidar
Que o maior dos propósitos
Ainda ei de chegar

sábado, 8 de janeiro de 2011

Alguém

Eu já tentei
Ensaiei te dizer muitas coisas
Mas não consigo
Não consigo deixar de te querer

Minhas lembranças enganam a minha mente
Mas minhas emoções possui memória de outros tempos
Tento me afastar
Mas o vento me traz de volta para o mesmo lugar
Nosso lugar de sempre
Você é o único
Não existiram outro alguém
Todos que passaram por mim
Hoje me despertou a verdade

Muitos vem e poucos se vão
O que dói é enxergar a verdade
Nunca existiu alguém de verdade
Pois mesmo tendo alguém ao meu lado
Sempre me senti sozinha
E percebo que foi tudo ilusão
Idealizei alguém que nunca existiu
O meu amor era apenas meu
Eu doava e recebia meu próprio amor

É mais confortável viver assim
Mantendo essa distância
Prometi não me entregar tanto
Mas como não acreditar
Na pele que me afungenta o ardor
Tão melhor e profundo
Mas cedo seria então
Tão tarde como nunca

Querer não se parece com nada
Acreditaria eu no meu ser?
Se há em mim cousas tão desconhecidas
Estranhos cravos e espinhos
Rosas azuis
Estranho eu
Estranho alguém que nunca foi meu
E mais uma vez hoje
Te direi palavras secas outra vez