segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sem Chão 16


De uns tempos pra cá, parou
Tudo secou, por dentro, por fora
A chuva parou, rachou
E a secura era tamanha que a gota secava antes mesmo de tocar o rosto
Era estranho
Extremamente, estranhamente
Era estranho
É como se sentir só dentro de uma multidão
Os dias foram se passando e eu me tornei parte da seca
Seca
Extremamente, estranhamente
Seca
Eu seca, por dentro, por fora

Desacreditei, pedir as esperanças
A ferida era ardida, profunda, sem tamanho
Dor forte
Extremamente, estranhamente
Dor forte
Toquei no fundo
Tive que chegar onde nunca imaginei chegar
Toquei no fundo
Tive que passar por onde nunca imaginei passar

Dias escuros,
Noites solitárias,
Eramos só eu e as lágrimas
Escorria a saudade
Eu não sabia lidar, e até hoje me emociono ao lembrar
Você foi embora
Sem chance de te ver novamente
Morreu nos meus braços
Será que lembra?
Faleceu em mim, em nós
Você se foi sem avisar
Sem chance de te ter novamente
Será que lembra que nós deixou?
Ou tudo termina assim mesmo
Na noite em que abri meus olhos
Você já não estava mais ao meu lado

De uns tempo pra cá,
Cai num penhasco profundo pra te encontrar
Cai
Extremamente, estranhamente
Cai num vale sem fim
Até quando viverei assim, caindo, despencando
Nos erros, nas escolhas errantes, tropeço
No desespero, na confusão, tropeço
Neste momento estou caindo lentamente para dentro de mim

Existirá um reencontro?
Essas perguntas sem respostas
Minhas dúvidas, incertezas
Esse caminho sem chão
Esse chão que não forma
Minha esperança está sumindo
Os sentidos sem sentido, sem direção, sem rumo
Estou ficando assim, sem ter aonde ir
Sem chão
Extremamente, estranhamente
Sem chão

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