sábado, 9 de abril de 2011

Faíscas

Você me conhece tão pouco. Ao ponto de não chegar nem na metade de mim. Mas não se preocupe, ainda terá que repetir o seu viver muitas vezes. E ainda assim, não irá me conhecer por completo.

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Esperei, esperei. Passaram-se os minutos, as horas, os dias, os meses, os anos. O desejo passou, e eu adormeci.

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O processo é tão natural, que independente da minha vontade. As palavras me vem, e enquanto eu não escrevo a agonia não passa. A vontade, a inquietude, a agonia... desejam ser expostas. Então eu escrevo... meio inconsciente, eu escrevo porque apenas escrevo. É como se houvesse algo maior do que eu, mais forte, algo desconhecido que me faz escrever e escrever. E alivia, mas logo depois volta a agonia, a inquietude, e daí então, escrevo coisas e coisas e mais coisas. Tais coisas que são meramente sensações. Sinto-me inteira ao escrever. Apesar de muitas vezes escrever descontroladamente. Outrora, escrevo apenas uma palavra. Mas a minha tristeza maior é quando não consigo escrever nada. Essa morte das palavras é como um vazio, me deixa sem vida. Mas ainda estou esvaziando palavras que me completam, na esperança que algum dia alguém consiga me ler por inteira. Serei eu descoberta nesta vida?

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No dia em que não conseguir escrever mais nada. Acredite, eu morri!

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