terça-feira, 3 de março de 2009

Estação Vida Bandida

Ganhei uma enorme estação
Desde o dia em que te vi
Fui premiada com vagões
Já te aviso antes que me queira
De muitas viagens irei viver
Para o mundo inteiro me ver

O barulho do trem despertou
Meus olhos arderam ao ver
Que o dia nasce sem você
O sapato aperta
E faz o calo morrer
Na mão uma mala de correr
Cheia de segredos de enlouquecer

É dia de trem vivido
Perdida em trilhos
Vida bandida
Morada distraída
Vivo louca pra ser banida
Pois o seguro é estar perdida
Num trilho sem saída

Vida bandida
O meu ponto de partida
É no desencontro dos vagões da vida
Sai da minha estação
Eu bem que te avisei
Meu prometido não é promessa
E nunca será cumprida
Sem palavras a vida corre
Em trilhos sem saída

Vida bandida
Desejo que você me mate
Pois estou só de passagem
A próxima estação será creditada
E ficarei em dívida
De vagão em vagão
Vou surgindo na sua mão
Que me puxa pra cima

Vida Bandida
Desejo que você me esqueça
Pois irei dissipar nessa labareda
O clima é quente nessa região
E nunca perco tempo
Amanhã serei carvão de outro
Enquanto você ainda dorme nesse vagão

Vida bandida
Vivo somente de ida
Pois a volta não me é permitida
Na estação vida bandida
Deixo a todos
Um bilhete de despedida

Um comentário:

Unknown disse...

Inevitável a passagem por ela. Seja pelo nosso caminhar, seja pelo nosso caminhar de quem nos seja caro ao coração.