Ganhei uma enorme estação
Desde o dia em que te vi
Fui premiada com vagões
Já te aviso antes que me queira
De muitas viagens irei viver
Para o mundo inteiro me ver
O barulho do trem despertou
Meus olhos arderam ao ver
Que o dia nasce sem você
O sapato aperta
E faz o calo morrer
Na mão uma mala de correr
Cheia de segredos de enlouquecer
É dia de trem vivido
Perdida em trilhos
Vida bandida
Morada distraída
Vivo louca pra ser banida
Pois o seguro é estar perdida
Num trilho sem saída
Vida bandida
O meu ponto de partida
É no desencontro dos vagões da vida
Sai da minha estação
Eu bem que te avisei
Meu prometido não é promessa
E nunca será cumprida
Sem palavras a vida corre
Em trilhos sem saída
Vida bandida
Desejo que você me mate
Pois estou só de passagem
A próxima estação será creditada
E ficarei em dívida
De vagão em vagão
Vou surgindo na sua mão
Que me puxa pra cima
Vida Bandida
Desejo que você me esqueça
Pois irei dissipar nessa labareda
O clima é quente nessa região
E nunca perco tempo
Amanhã serei carvão de outro
Enquanto você ainda dorme nesse vagão
Vida bandida
Vivo somente de ida
Pois a volta não me é permitida
Na estação vida bandida
Deixo a todos
Um bilhete de despedida
Um comentário:
Inevitável a passagem por ela. Seja pelo nosso caminhar, seja pelo nosso caminhar de quem nos seja caro ao coração.
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