domingo, 8 de março de 2009

Duas em uma

Outro alguém mora em mim
E se manifesta toda vez que vou dormir
Se alimenta das minhas fraquezas
Bebi água de pobreza
Fraco e sem luz
Ele vive de mim

Não sou eu aqui
Existe algo dentro de mim
Que se manifesta por aqui
Quando vejo o que fiz
Percebo que não sou eu

Estranho entender
Algumas vezes eu sou eu
Sem ser eu mesma
Nunca sou a mesma
Pois onde passo provoco mudanças
Somos nós
Eu e quem mora em mim
Tantos nomes já tive
Que já esqueci como me chamam aqui

Fugir de mim
Não é tão fácil assim
Uma necessidade toma conta de mim
Preciso ser diferente do comum
O comum é um
Com um nada
Sem nada de novo
É apenas comum
Diferente do incomum
O que vive em mim
Quer ser muito mais
Do que apenas o comum

Se eu parar por um segundo
Questionando o assunto
Fico assustada com o que vejo
Sair de mim assim
Algo tão desconhecido
É como renovar os votos
Nascer e morrer
Viver são momentos de prazer
Casamento sem sentido

Não sou eu aqui
Mas não me importo
Já me acostumei
O meu amigo infantil
Sempre esteve em mim
Desde o dia em que nasci

Nos dias de morte
Sou um nada
O comum de todos
O que está em mim
Só se manifesta
No dia em que nasci

E viver é ser eu mesma
E ao mesmo tempo
Ser o que está mim
Duas em uma
Sem precisar ser
Uma em duas

Um comentário:

Unknown disse...

Se uma Laila já muito bom, duas então é premio extra.

O melhor é que sendo uma a antítese da outra, ambas convivem em paz...

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