quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Garimpo de uma dor

A caça e o caçador
Desbravando matas de desejo
Matou-me de uma só vez
Garimpo de uma dor
Mimo de cruel perdição
Imensa maldição

Em terras claras
De pedras escuras
Eu renasci
Lúcida e imprecisa
Sigo pingos de sangue
Rastros que escolhi seguir
Garimpo de uma dor

Arrancada do mato num ato
Viro bicho do acaso
Em noites escuras te caço
Te acho e te mordo

Proteja-se
Sou um vazio interminável
Eloqüência que sufoca
Dizer sim é como não existir
Tatuada em tuas mãos
No sim nosso amor foi ao fim

Proteja-se
Quando resolver sair irei te comer
E te mastigar até morrer
Digerir esse vazio
Alimenta o medo
Perdição febril
Incerteza de um tempo

Proteja-se
Em dias de erupção
A dor irá expelir
Loucuras de uma vida de encontros
Escondo meus sentimentos
Pra me sentir mais segura
Pois tudo que se perdeu irá renascer

Não se acanhe diante de mim
Sou o perigo que você precisa ter
Perdição de nós
Maldição incerta
Garimpo de uma dor
Faíscas que saem de mim

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