terça-feira, 16 de junho de 2009

Prisioneiro de si

Foto: andré fernandes

Jovem guerreiro
Não fala o que sente
Não fala o que quer
Não fala quem é

Jovem guerreiro dourado
De um canto dá um passo
Em busca de um afago
Sinto medo
Sinto frio
Sinto som forte num vazio

Numa roda de dança
Eu disfarço
Eu viajo
Ele é meu pedaço
Meu arco, meu raio, meu sangue espiritual

O corpo é puro movimento
Não pelo que sou
E sim pelo que sinto ser
Espada
Escudo
Dor e proteção das almas

Cada mundo arde em ilusões
Dor no peito
Escorre toda a cor
Um carma
Uma flecha
Prisão e liberdade das almas

Roda e sai
O jovem se vai
E mais uma vez estou só
A dança acabou
O som se foi

Prisioneiro de si
Não sou
Não estou preso a mim
Nem a você
Nem a ninguém
Sou tão livre que não sou nem de mim
Sou do nada
Sou do espaço
Sou do acaso
No momento que me tornar mais calmo
Serei alma da minha alma

O costume já toma conta de mim
Sozinho outra vez
Um por um
E mais um já se foi
Amarrado
Preso num couro
Imerso em raízes de poder
Ele assusta
Ele afasta
Ele causa medo e pavor
Quando revela quem eu sou

O jovem guerreiro irá
Num giro ele virá te buscar
E fica somente o silêncio
O eterno companheiro
Guerreiro
Aventureiro
Prisioneiro de si
Em si mesmo
Eu serei seu

Um comentário:

Unknown disse...

Faz bem não falando. Só devemos falar quando o que temos a dizer é melhor que o silencio...