sábado, 27 de junho de 2009

Não pára de tocar

Não sei onde começou.
Se é que isso teve um começo aqui.
De fato nos conhecemos, só não me recordo de onde nem de quando.
Existe muito carinho para tão pouco tempo.
É vontade de cuidar.
É vontade de ver ele crescer.
É um querer bem maior do que imagino sentir.
É algo que não dá para explicar.
Fico feliz com sua felicidade.
Dono dos meus melhores risos.
Proprietário de todos os meus beijos.
Responsável pelo bem que cresce em mim.
É o zóim pequeno.
Esse olho que não quer abrir.
Ele me olha e fala ao mesmo tempo.
Ele não imagina o que significa.
Não sabe quem eu sou.
Posso parecer séria, misteriosa e metida.
Mas eu sinto.
Sinto que já estivemos juntos.
Eu conheço seu abraço.
Esse calor é seguro.
Essa proteção é de outro mundo.

Quando me distraio.
Ele olha.
O telefone toca e ele fala.
Eu sou toda sorriso.
Ao meu lado hoje ele está.
O zóim pequeno.
A me olhar.
Um olhar que analisa.
Brilha intensamente e agoniza.
Um grande homem.
Ainda de olhar pequeno.
Pequeno e grande ao mesmo tempo.
Tem tudo pra ser quem desejar ser.
Os olhos pequenos são puro disfarce.
Ele enxerga além do que imagina.
O telefone toca.
Ele fala.
Ah! Como o telefone toca.
E eu só observo.
Esse seu jeito surpreende, encanta e fascina.
Mas ele não deve saber o que mais me encanta são seus olhos.
Zóim pequeno.
Um brilho.
Um domínio.
Um pecado de mim.
Esse olhar me faz sorrir.
Me faz bem.
Me faz seguir feliz.
Como brilha e irradia por todo o meu ser.
Esse ar de bom moço desmancha meu penteado.
Deixa a vida louca em curto espaço.

Quando bebe os olhos ficam ainda mais pequeninos.
Ele me olha como se já me conhecesse há anos.
Ele parece querer ler minha alma.
Eu sinto.
Ele ver.
Estou nua sem perceber.
A gente se abraça e tudo se encaixa.
Aquele sonho não foi somente um sonho.
Foi um encontro.
Foi um desejo.
Foi o que teimamos buscar em outro alguém.
O telefone toca e a gente se encontra.
Estamos juntos mais uma vez.
Num abraço.
Num tempo tumultuado.
Sofremos com a separação de outros que já se foram.
Imaginamos e criamos coisas incertas.
Mas esse é o nosso momento.

Quando o telefone toca, ele fala.
E nada diz sobre o amor.
Não sei o que ele pensa.
Será que sente o mesmo que eu?
Talvez seja cedo para falar.
Ou tarde demais para seguir.
O novo.
O velho.
Há um medo de viver.
O coração deseja sem querer.
Num impulso que me faz hoje crer que é você.
O meu bem.
O meu som.
O meu zóim pequeno.
Ah! Ele nem imagina.
Como tudo é diferente de tudo.
O telefone só toca e ele tem que falar.
A saudade sempre irá reinar.
Numa vontade de querer mais e mais.
Eu sinto.
Eu insisto.
Eu persisto.
Eu farei do tempo perdido uma vida sem dor.
Eu quero o meu zóim pequeno.
Ele é agitado, decidido e generoso.
Eu meio envergonhada, falo através do meu riso de menina.
O sonho se tornou realidade.
O telefone toca toda vez que o coração acelera.
E a gente pede mais.
Eu quero muito mais.
E ele só quer falar.
Esse zóim pequeno sabe me olhar.
Meu sorriso sente que existe algo maior.
Até quando irá durar?
O telefone irá dizer.
Ele não pára de tocar...

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